Águas Revoltas
sexta-feira, 23 de julho de 2010
TAL E QUAL...
Já diziam os romanos
Há muito mais de mil anos:
Mesmo ao fundo da Ibéria
Debruçado sobre o mar,
Vive em pose subalterna
E com postura funérea,
Um povo que não se governa
Nem se deixa governar
Foi passando entanto a História
E rios houve de glória:
Meio mundo descoberto
Em actos de valentia!
Produtos orientais
Vendiam-se a céu aberto
A render dinheiros tais
Que enriqueciam num dia!
(Em alguns ainda há o jeito
É só vê-los... dito e feito!)
Depois foi a decadência:
Roubados e sem clemência!
Mas sempre há quem viva à larga
Mantendo o povinho ordeiro;
Quem tenha vidas bem fartas
Mantendo as "bestas de carga"
Quem baralhe e dê as cartas
Como dizia Junqueiro
Hoje é bom que aqui se frise,
Estamos mal. Sim, pela crise.
Mas quem indexou salários
A produtos duvidosos?
Quem inventou a maneira
De ganhar metendo em risco
Uma economia inteira?
Sim, quem foram os gulosos?
Quem os off-shores vários
Inventou, fugindo ao fisco?
E o povo
Que não se governa
Nem se deixa governar,
Não trilha um caminho novo:
Vai andando... e deixa andar...
Em política, hiberna;
Diz apenas: gente reles!
Mas inda que empobrecido
Enquanto vê crescer panças,
Apressado, esbaforido,
Vai às urnas, vota neles!
... E prosseguem estas danças.
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